Desde o início das civilizações, os arquitetos já tinham a percepção de como os edifícios têm impacto sobre seus moradores. Atualmente, estão se voltando para a neuro arquitetura e assim aplicar os conceitos da neurociência e uma maior compreensão do cérebro aos seus projetos arquitetônicos.
O resultado são espaços que não respondem apenas à maneira como nossas mentes percebem o ambiente, mas também aumentam nosso bem-estar estimulando o aprendizado em ambientes escolares e aumentando a criatividade nos espaços de escritório, assim como favorecendo pacientes e funcionários em ambientes hospitalares e similares.
Os designers de interiores e arquitetos estão conscientes das respostas neurológicas de um espaço, como percepção, comportamento, memória e aprendizado. Toda a experiência humana em um espaço deve ser interpretada pelos designers de interiores e arquitetos, tendo embasamento nas evidências obtidas através dessas interpretações e então aplicadas aos seus projetos.
TEMPERATURA IDEAL– A temperatura ambiente desempenha um papel muito importante em nosso desempenho cognitivo. Pesquisas mostram que ambientes mais quentes tendem a ter um impacto negativo no desempenho cognitivo.
ILUMINAÇÃO – A iluminação pode afetar a saúde mental. A má iluminação tem sido associada ao aumento da depressão e diminuição do tempo de reação. Os seres humanos precisam do equilíbrio de luz durante o dia e escuridão durante a noite para manter o ritmo circadiano.
VEGETAÇÃO – Estar rodeado por vegetação e materiais naturais afeta nossa capacidade de pensar criativamente. O design biofílico usa formas e elementos orgânicos para reduzir o estresse e aumentar a saúde mental e bem-estar humano.
COR – A cor tem sido estudada há muito tempo em relação com o comportamento e o pensamento humano. A cor era usada pelos antigos egípcios nos tratamentos de doenças, junto a luz solar para fins de cura.
A ciência moderna afirma que as cores impactam nos processos emocionais e cognitivos. Algumas cores podem melhorar a produtividade, enquanto outras podem promover a calma.
AROMAS –Nosso olfato está diretamente ligado à memória. Um cheiro/ aroma pode transportá-lo literalmente a um tempo e lugar em nossas lembranças e podem provocar emoções específicas. Os aromas são sensações que podem estimular o sistema límbico do nosso cérebro, que processa as emoções e as memórias. Na neuro arquitetura e no design, o perfume pode ser usado de forma estratégica para promover relaxamento e bem-estar.
FORMAS/ LINHAS E GEOMETRIA – As arestas arredondadas, em contraponto com linhas e ângulos nítidos, tendem a ter um efeito mais relaxante na psique humana.
ERGONOMIA E DISTRIBUIÇÃO DOS ESPAÇOS; A organização dos ambientes deve ser realizada sempre pensando nos impactos que a disposição dos móveis e demais características do design geram nas pessoas. Portanto, todo o projeto de interiores deve ser pensado considerando como será a usabilidade a circulação de pessoas etc.
É fato a informação de que ficamos muito mais tempo de nossas vidas em espaços fechados ao invés de espaços naturais, isso significa que nosso ambiente físico é muito mais artificial do que espaços naturais. Os seres humanos fazem parte do mundo natural, portanto, estar em um ambiente artificial pode afetar nosso senso de si mesmo e bem-estar.
Ainda estamos em estágios iniciais da neurociência junto as práticas de arquitetura.
Durante muitos anos, os arquitetos trabalharam para criar edifícios nos quais os humanos possam viver e prosperar. Só recentemente que começaram os questionamentos sobre qual é a “conversa” entre humanos e edifícios, e qual é a resposta aos estímulos ambientais.
Ainda há muito a descobrir sobre neuro arquitetura, biofilia e como o design de interiores afeta os comportamentos humanos e os estados mentais. No entanto, arquitetos e designers estão começando a usar essa disciplina emergente para projetar espaços centrados no ser humano, bem como espaços focados nas experiências do usuário.